Seca histórica em Manaus afeta produção de ônibus elétricos no interior de SP

Baterias utilizadas nos veículos são produzidas na Zona Franca, que está com o porto prejudicado pela baixa dos rios. Apesar disso, BYD diz que cronogramas de produção serão mantidos.

Seca histórica em Manaus afeta produção de ônibus elétricos no interior de SP

A produção de ônibus elétricos na fábrica da multinacional chinesa BYD, em Campinas (SP), foi afetada pela seca no Amazonas. A linha de produção da fabricante foi retomada neste mês, mas chassis aguardam na fábrica a chegada das baterias, produzidas na Zona Franca de Manaus (AM).

g1 visitou a fábrica nesta terça-feira (14) e apurou que há um mês as baterias não são enviadas. O motivo é que o transporte delas é feito de navio e, neste momento com a seca, os rios Amazonas e Madeira estão com dificuldade de navegabilidade.

 

 

 

Seca na região norte prejudica produção na Zona Franca de Manaus

 

 

Seca na região norte prejudica produção na Zona Franca de Manaus

 

Sem previsão de chegada

 

Segundo apurou o g1, antes do encarroçamento, que é a colocação da carroceria dos ônibus, é preciso implantar as baterias e finalizar os chassis. Mas, até o momento, não há previsão para a chegada das baterias em Campinas.

A BYD, no entanto, informou em nota ao g1 que "a dificuldade de acesso marítimo às empresas da Zona Franca de Manaus é temporária" e garantiu que "o cronograma de produção está mantido e não deve sofrer nenhum atraso, assim como o prazo de encarroçamento dos ônibus".

Estrutura em formato de gaiola na parte final do chassi abriga as baterias do ônibus — Foto: João Gabriel Alvarenga/g1

Estrutura em formato de gaiola na parte final do chassi abriga as baterias do ônibus — Foto: João Gabriel Alvarenga/g1

 

 

Nível dos rios deve parar de baixar

 

A seca recorde no Amazonas tem afetado a navegação, incluindo o transporte de cargas. O Super Terminais, um porto privado que atende a Zona Franca Manaus (ZFM), está entre os locais que precisaram se readequar à realidade.

Situado no bairro Colônia Oliveira Machado, Zona Sul de Manaus, o Super Terminais ficou mais de um mês sem receber navios. No final de outubro, apenas um navio atracou no porto, o Izmir, da MSC, com apenas 10% da sua capacidade de carga.

 

"É comum que na época das secas, os navios que vêm para Manaus cheguem à cidade com a capacidade reduzida, com cerca de 40% da carga normal. Mas neste ano, devido à seca histórica, essa situação é um pouco diferente", afirmou Marcello Di Gregorio, diretor do Super Terminais.

 

Conforme Gregorio, especialistas e parceiros consultados pelo porto estimam que o nível dos rios pare de baixar em 20 dias. Com isso, as condições vão começar a melhorar em Manaus.

Navio Izmir da MSC atraca no Super Terminais em Manaus durante a seca histórica de 2023 — Foto: Super Terminais

 

 

Produção de ônibus elétricos para o transporte coletivo

 

A fábrica da BYD em Campinas deve fornecer chassis de ônibus 100% elétricos para a capital paulista, por isso, a estrutura passou por obras para aumentar a capacidade produtiva. A fabricante produz ônibus comuns e articulados com cerca de 250 quilômetros de autonomia na bateria.

g1 esteve na fábrica e acompanhou a produção dos ônibus. O objetivo da empresa é de produzir cerca de dois mil ônibus elétricos em 2024. Para isso, a planta passará de 60 para 150 funcionários até dezembro, com a implantação de três turnos de trabalho.

BYD produz módulos fotovoltaicos de última geração na planta em Campinas — Foto: João Gabriel Alvarenga/g1

Além da fábrica de chassis de ônibus, a multinacional chinesa produz painéis fotovoltaicos de última geração em Campinas. A fábrica de baterias funciona na Zona Franca de Manaus, no Amazonas, e a de veículos está sendo montada em Camaçari, na Bahia, com previsão de operação entre 2024 e 2025.

Fonte Seca histórica em Manaus afeta produção de ônibus elétricos no interior de SP | Campinas e Região | G1 (globo.com)