DF terá mais 14 pontos de atendimento de assistência social, diz secretário da Casa Civil
Em entrevista, Gustavo Rocha falou sobre inauguração de novos CRAs, previsão para entrega de obras, novos hospitais e vestibular da UnDF
O Distrito Federal terá mais 14 pontos de atendimento para preenchimento e atualização do Cadastro Único, porta de entrada para concessão de benefícios, como o Auxílio Brasil, segundo o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha. A ideia é desafogar os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e acabar com as filas.
Rocha afirmou à coluna que a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) assinou contrato com a Organização da Sociedade Civil (OSC) Mãos Solidárias, esta semana, para a gestão das unidades.
“A previsão é de que os novos núcleos de atendimento comecem a funcionar a partir do dia 11 de agosto. A OSC vai fazer a triagem e agilizar o atendimento à população que mais necessita. Com as novas unidades, o DF terá 50 pontos de assistência social”, disse.
Em entrevista à coluna, o secretário fez um balanço dos três anos e meio do governo de Ibaneis Rocha (MDB), falou sobre medidas para reduzir filas dos hospitais, obras em andamento e acerca do primeiro vestibular da Universidade do Distrito Federal (UnDF), previsto ainda para 2022.
As cenas de filas com pessoas que procuram a assistência social ficaram mais comuns ultimamente. O que o Governo do Distrito Federal tem feito ou vai fazer para resolver?
Depois de dois anos de trâmites do processo e aprovação do Tribunal de Contas do DF, a Secretaria de Desenvolvimento Social conseguiu contratar, nesta semana, uma organização da sociedade civil (OSC) para gerir 14 novos núcleos de atendimento. A previsão é de que as novas unidades comecem a funcionar a partir do dia 11 de agosto. A OSC vai fazer a triagem e agilizar o atendimento à população que mais necessita. Com as novas unidades, o DF terá 50 pontos de assistência social. Durante o governo, também foram criados dois novos Cras e um novo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Crea).
Por que as filas aumentaram nas últimas semanas?
As filas que nós, infelizmente, temos visto são resultado de um processo que começou com a pandemia. O número de pessoas em situação de vulnerabilidade aumentou, e, ao mesmo tempo, o atendimento passou a ser feito por meio de agendamento, para garantir a saúde da população e dos servidores. Quando o pico da pandemia passou e o agendamento foi encerrado, gerou essa fila. Todas as medidas estão sendo tomadas para diminuir a espera e facilitar a vida do cidadão que precisa de atendimento social.
Qual é o orçamento destinado para a assistência social do DF?
Houve aumento de quase 70% no orçamento da área social. Em 2018, o orçamento era de R$ 443 milhões. Em 2022, foi para R$ 748,6 milhões. Isso repercute diretamente nos programas sociais. O governador Ibaneis criou o maior programa de proteção social do Brasil para os vulneráveis. O Cartão Prato Cheio facilitou e tornou mais transparente a entrega de cestas básicas, que passou de 6 mil para 60 mil. No total, 760 mil pessoas foram acolhidas em programas do GDF. Além do Cartão Prato Cheio, o governo fez a licitação para mais dois restaurantes comunitários e diminuiu o valor da refeição de R$ 3 para R$ 1. O café da manhã, criado por esta gestão, custa R$ 0,50.
Gustavo Rocha é secretário da Casa Civil do DF, mas já atuou como secretário de Justiça e Cidadania, além de assessor do governador. Antes, foi ministro dos Direitos Humanos e subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, na gestão de Michel Temer (MDB)
Qual foi o aprendizado que a pandemia deixou para o DF em termos de saúde pública?
O governador sempre ficou na vanguarda do combate à Covid no Brasil. Foi o primeiro a tomar as medidas, começando pela suspensão das aulas. A pandemia vai deixar um legado de atendimento: novos hospitais foram construídos, e os já existentes passaram por reforma. Foram sete novas UPAs entregues e seis reformadas. Em relação às UBSs, 10 foram inauguradas e 11 vão ficar prontas até o fim deste ano. O centro de medicina nuclear do Hospital de Base foi colocado para funcionar, após anos fechado. E o Centro Radiológico do Hospital de Taguatinga foi criado. O Hospital do Câncer Jofran Frejat está em construção. O GDF contratou 3.697 servidores efetivos de todas as áreas de atuação para reforçar a saúde.
Em relação à vacinação contra a Covid, como o DF está hoje?
Já foram distribuídas mais de 6 milhões de doses de vacina. Em todas as faixas etárias, o percentual de imunização é elevado. Por exemplo: 103% da população de 80 anos ou mais receberam a 2ª dose ou a dose única. O público de 75 a 79 anos tem percentual de vacinados de 94,6%. Hoje, os brasilienses não enfrentam mais fila para vacinar e ainda podem levar as crianças para a imunização.
O DF já confirmou 16 casos de varíola dos macacos. Como o governo está se preparando para lidar com essa doença?
A Secretaria de Saúde tem um grupo que acompanha de perto e monitora esses casos para tomar todas as providências. A partir de 1º de agosto, o DF vai começar a fazer os testes para detecção da doença aqui na capital federal.
A cinco meses do fim do mandato de 4 anos, grandes obras ainda estão em andamento. Construções como o Túnel de Taguatinga ficarão prontas até o fim de 2022?
Durante o mandato, foram 1,7 mil obras executadas ou em execução. É importante fazer comparação do orçamento destinado à infraestrutura, que aumentou 250%. Saiu de R$ 773,8 milhões, em 2018, para R$ 2,769 bilhões, em 2022. Em relação ao Túnel de Taguatinga, a previsão é de entregar até o fim deste ano. É uma obra espetacular. O GDF entregou outros projetos importantes para a população, como, por exemplo: obra do viaduto do Eixão, que desabou em 2018; reforma de todos os viadutos do Plano Piloto; reforma da W3 Sul, do Setor de Rádio e TV Sul, Setor Hospitalar Sul e Setor Comercial Sul; e construção de mais de 600 quilômetros de calçada em todas as regiões. Foram feitos viadutos em Sobradinho, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Itapoã/Paranoá, Jardim Botânico, Sudoeste e Setor Policial.
Nos últimos meses, foram noticiados diversos casos de brigas em escolas entre os próprios alunos. O que o governo fez para evitar mais situações como essas?
Foi montado um grupo de atuação entre a Secretaria de Segurança, a Secretaria de Educação e outros órgãos, para aumentar a fiscalização, acompanhar de perto a questão da segurança e coibir de forma muito rápida e efetiva os casos de agressão. O GDF construiu 29 escolas, o que aumentou a capacidade da rede para receber mais 20 mil alunos. Outros 18 colégios e sete creches estão em construção no momento. Neste governo, foram contratados 4.051 servidores do setor da educação. O orçamento da Secretaria de Educação passou de 9,5 bilhões, em 2018, para R$ 11,2 bilhões, em 2022.
Quando será realizado o primeiro vestibular da Universidade do Distrito Federal (UnDF)?
A UnDF é importantíssima para o Distrito Federal. No fim deste ano, será feito o primeiro vestibular para 1,2 mil alunos.
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O governador foi muito cobrado, principalmente por ex-empregados da CEB, porque privatizou a CEB Distribuição mesmo tendo dito, antes de ser eleito, que era contra a venda da estatal. Por que ele mudou de ideia?
Muitas vezes, quando se está fora do governo, as pessoas não têm acesso a todos os dados para a formação da opinião e o convencimento sobre o que deve ser feito. Depois que assumiu o governo, Ibaneis percebeu que, para o DF, seria importante a venda da CEB. A privatização foi feita com ágio muito alto, e um montante de mais de R$ 1 bilhão oriundo do leilão está sendo investido em todo o DF.
Fonte:https://www.metropoles.com/colunas/grande-angular/df-tera-mais-14-pontos-de-atendimento-de-assistencia-social-diz-secretario-da-casa-civil